O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), deu mais uma prova de que se considera uma figura além do bem e do mal. Sarney passou o dia todo se recusando a responder perguntas sobre as denúncias feitas pela Folha de S.Paulo segundo a qual ele usou pelo menos duas vezes um helicóptero da Polícia Militar do Maranhão para se deslocar no Estado. Quando falou, no fim do dia, Sarney, além de confirmar o uso da aeronave, disse que não havia “prejudicado ninguém”, mesmo confrontado com a notícia de que um pedreiro ferido em um acidente teria ficado esperando enquanto as malas de Sarney eram descarregadas do helicóptero. O Globo, via Blog do Noblat, conta:
“O que tinha que dizer, já disse. Estou como chefe do Poder Legislativo, tenho direito a transporte e segurança em todo o país, de representação e não somente a serviço. É chefe de Poder, porque o presidente não é chefe de um Poder? Onde ele vai ele não tem direito a transporte e segurança? Não prejudicou ninguém” disse Sarney, afirmando que a imprensa deveria estar “satisfeita” com a explicação. |
É difícil descrever a atuação de uma figura como José Sarney em termos brandos. Prepotente
diante do papel de fiador da governabilidade que adquiriu no governo Lula e que manteve com
Dilma, Sarney é uma espécie de intocável da política brasileira. O senador Pedro Simon (PMDB-RS),
precisou da ironia para descrever Sarney, como conta o Estadão.
“O Sarney é uma figura institucional, ele é que nem o Papa, se usou, usou bem. Não sei nem de quem foi, nem por que foi, usou e pronto. Não precisa explicar nada pra ninguém”, criticou o gaúcho. |
Foto: Luiz Alves / Agência Senado
José Antonio Lima
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