sábado, 24 de março de 2012

Brava Gente - Uma Cinderela no Acre





A menina chorava muito. Doíam-lhe a falta de carinho, a ausência de família. Sentia-se sozinha no mundo. Acabara de perder a mãe, num acidente automobilístico. Moravam até então no município acreano de Plácido de Castro, numa colônia, onde viviam da agricultura. Três anos antes, o pai havia sido assassinado “por questão de terra”, em Rondônia. E, depois de tudo, foi apartada do único irmão, pois foram adotados por famílias diferentes, que moravam em cidades distintas. Para piorar, era maltratada no novo lar.
Ou seja: aos dez anos de idade, Ivani Nunes Morais da Silva enfrentou um pesadelo capaz de fazer tremer pernas de gente grande.
Como tentativa de fuga do mal-estar, casou-se aos 16 anos e logo teve um filho. Três anos depois, o segundo. O casamento não durou muito.
Empregou-se como doméstica em casas de família, até que foi contratada por uma empresa prestadora de serviços e começou a trabalhar na Secom (Secretaria de Comunicação do Estado do Acre). À mesma época, casava-se pela segunda vez. Ali, atuou oito anos como servente. Retomou os estudos e, há seis meses, foi convidada para compor a equipe de recepcionistas da secretaria.
Lucenildo Lima, responsável pelo setor administrativo da Secom, justifica os motivos de tê-la promovido: “Certa vez, precisei conversar com o pessoal da limpeza sobre alguns aspectos que estavam gerando insatisfação. Todo mundo ficou quieto, Ivani foi a única que contra-argumentou, com muita pertinência. Esse fato chamou minha atenção. Vi nela senso crítico, capacidade de liderança, potencial. É antenada, sabe falar, sabe se portar e olha nos olhos quando conversa. Muita gente que chega aqui faz elogios à sua presteza e simpatia. Só lhe faltava uma oportunidade, nós lhe demos e ela só tem correspondido às nossas expectativas”.
Na recepção, Ivani tem sempre um sorriso, uma palavra amável para receber os visitantes, a boa vontade de atender e ajudar quem quer que chegue. A criança que sentiu na pele a dor dos maus-tratos aprendeu uma preciosa lição: “Todas as pessoas merecem ser bem-tratadas. E, além disso, a gente nunca sabe o dia de amanhã.”
A moça conta que tem muita fé e é por esse meio que obtém o que precisa. “Eu não tinha onde morar, não tinha nada. Consegui, junto com o meu marido, comprar um terreno, construir. Eu chamo minha casa de ‘mansão’, porque sei o quanto lutei para consegui-la. Estamos criando nossos filhos juntos, dois meus, dois dele, com harmonia entre todos. Eu precisava de uma condução, porque moro longe. Passava na loja de motos e ficava só olhando. Dizia, com lágrimas nos olhos, ‘é esta que eu quero, Senhor’, e consegui comprar exatamente aquela. Quando encosto a cabeça no travesseiro e faço uma retrospectiva, vejo que o que Deus fez em minha vida foi tremendo”.
E Ivani continua batalhando, junto com a família. Para reforçar o orçamento doméstico, todo sábado, às três da manhã, todos já estão de prontidão no salão de festas da AABB (Associação Atlética Banco do Brasil) para tratar da faxina, após os eventos realizados no local.
Mas os sonhos estão cada vez mais elevados. Agora ela planeja entrar numa faculdade e até já escolheu o curso: Direito. É fácil entender sua opção: “Meus direitos já foram muito desrespeitados, sofri muito com isso. Quero ajudar aquelas pessoas humildes, que não sabem se defender”.
A curitibana Ivani encarnou uma verdadeira história de Cinderela, mas o socorro não veio de fora, senão de seu próprio espírito corajoso, em que confiou, lançou-se, enfrentou os desafios e, com isso, atraiu boas oportunidades para transformar o próprio destino.
Provou de todos os ingredientes necessários para tornar alguém amargo ou depressivo pelo resto da vida. Seu mundo emocional sofreu traumas tão abaladores na infância que poderiam até mesmo tê-la condenado a viver num ambiente psiquiátrico.
Mas, felizmente, não foi o que aconteceu. O sofrimento forjou uma guerreira, uma heroína que escolheu viver. E viver bem. Suas fadas-madrinhas: doçura, fé e trabalho. Ciente de sua capacidade, a bela mulher declara: “Eu já venci. Daqui pra frente é só correr para o abraço”.
Agencia.ac.gov.br

quinta-feira, 22 de março de 2012

Expulso por ser gay, pastor cria igreja voltada a homossexuais

A partir das 19h do próximo sábado (24), o Rio Grande do Sul terá a primeira igreja voltada ao público gay. Homossexual assumido, o pastor Anderson Zambom conta os dias para a inauguração da Igreja Cidade de Refúgio de Porto Alegre, vinculada a uma comunidade nacional que tem como objetivo pregar a palavra de Deus sem preconceitos quanto à orientação sexual.
“Haverá cultos de ensino bíblico para mostrar às pessoas que Deus não é aquele monstro que as igrejas pregam”, disse ao G1 o pastor, que atuará junto com a pastora Vanessa Pereira, de 27 anos. "Quem impôs a condição de pecado foi o homem e não Deus, porque em nenhum momento a Bíblia condena o homossexualismo. O que há é algumas traduções errôneas e o entendimento errado e manipulado da Palavra", acrescentou.
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quarta-feira, 21 de março de 2012

Tião Viana apresenta soluções para gestão pública com sustentabilidade em seminário em São Paulo

Os R$ 52 milhões que estão sendo investidos no programa de piscicultura e na construção de cinco mil açudes são algumas das prioridades da gestão do governador Tião Viana. Com a criação de peixes, a economia é desenvolvida, os pequenos produtores têm acesso à renda e segurança alimentar, a atividade ajuda a reter água e reduz a pressão sobre o desmatamento da floresta. Esse foi um dos exemplos citados pelo governador Tião Viana em sua palestra no III Seminário Sobre Gestão de Cidades em Tempos de Sustentabilidade, que acontece em São Paulo, na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).
Outra solução para evitar a pressão sobre o desmatamento e a necessidade de queimadas é o uso do calcário. Só para a região do Juruá o governador adquiriu quatro toneladas do produto para recuperação do solo. “Hoje quem desmata no Acre é o pequeno produtor, para aumentar a área livre para agricultura, já que a terra está cansada e com baixa produtividade. O calcário melhora a oxigenação do solo e dobra a capacidade de produção com a correção da acidez da terra”, explicou.
Entre os convidados, além do governador Tião Viana, estão o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab, o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, e o secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Jurandir Fernandes. O seminário aborda discussões sobre investimentos, mobilidade urbana, desenvolvimento sustentado, a importância da Copa do Mundo e a contribuição para a região do estádio de futebol que está sendo construído em Itaquera e, ainda, a profissionalização da gestão pública.
As cidades brasileiras estão prestes a escolher seus governantes para os próximos quatro anos. Os novos gestores encontrarão pela frente grandes desafios, como a incorporação dos conceitos e práticas de desenvolvimento sustentável e, em alguns municípios, a responsabilidade de sediar grandes eventos, como a Copa do Mundo.
Diante dessa realidade, a Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), pioneira na criação de uma pós-graduação focada em gestão municipal, realizou o III Seminário sobre Gestão de Cidades em Tempos de Sustentabilidade.
Fonte: agencia.ac.gov.br

segunda-feira, 19 de março de 2012

Acre avança no controle da malária

Febre alta, calafrios, dores e cansaço. Sintomas comuns a tantas doenças, mas que não enganam Paulo Cesar dos Santos Leite. Aos primeiros sinais no corpo, ele já sabe: ela chegou de novo. Com 41 anos, ele é figura conhecida do mosquito Anopheles, vetor da malária. O encontro entre os dois já rendeu 59 infecções, além das que ele não registrou de forma oficial.

Paulo César mora numa região endêmica da malária em Cruzeiro do Sul. Isso significa que, a qualquer momento, ele pode ser picado pelo mosquito transmissor e, novamente, adoecer. “Já aconteceu de estar sarando de uma malária e antes de terminar a medicação estar infectado com outro tipo. Eu já peguei quatro malárias no mesmo mês. Quando eu começo a ficar ruim já sei que peguei de novo. É horrível para um pai de família. Se eu não trabalhar, quem vai fazer o meu trabalho? Dentro da rede e com febre não tem como ir para o roçado”, disse.
Combater a malária na Amazônia, região que concentra mais de 90% dos casos da doença no Brasil, pode parecer entrar em luta perdida. Mas não é. Apesar das condições favoráveis ao mosquito, algumas medidas mostram que o esforço vale a pena.
Foi o que o Acre fez a partir de 2006, quando um surto de malária registrou 93.864 casos - 91% deles ocorreram nos municípios de Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Mâncio Lima, região endêmica por conta da quantidade de igarapés, rios e açudes que concentra.
“Os agentes de endemias que visitam casa por casa venceram a história da epidemia das comunidades em que todos os moradores pegavam a doença. Isso agora é página virada, é reconhecida internacionalmente, pois foi vencida com uma estratégia simples de muita união e esforço. Vejam como as coisas simples podem mudar a realidade ao nosso redor, os mosquiteiros impregnados são um exemplo disso”, disse o governador Tião Viana.
Nos últimos anos, o Acre vem conseguindo resultados satisfatórios nas ações de controle e combate à  malária, fruto do trabalho conjunto dos governo federal, estadual, municipal e comunidade. Entre os anos de 2006 e 2007 houve 48% de redução. De 2007 para 2008, 47%. De 2010 para 2011 o número de casos foi 37,9% menor. E se compararmos os anos de 2006 (quando houve o surto de malária) com 2011, a redução dos casos da doença no Acre é de 75,6%.
“A malária é um desafio diário, porque a Amazônia favorece a proliferação do mosquito vetor. Ela é uma doença essencialmente rural, mas hoje a história da malária no Acre é outra”, disse a secretária Suely Melo.
Leia matéria completa na agencia.ac .