quarta-feira, 8 de junho de 2011

As vezes tenho vergonha de Eu mesmo

Sinto vergonha de mim... Por ter sido educador de parte desse povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade e por ver este povo já chamado varonil enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim por feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente, a derrota das virtudes pelo vício, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com “eu” feliz a qualquer custo, buscando a tal “felicidade” a qualquer em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos “floreios” para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre, “contestar”, voltar atrás, mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim, pois faço parte de um povo que não reconheço enveredado por caminhos que não quero percorrer...

Tenho vergonha de minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir, pois amo este meu chão, vibro ao ouvir meu hino e jamais usei minha bandeira para enxugar meu suor ou enrolar meu corpo na pecaminosa manifestação da nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti povo brasileiro!

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se o poder nas mãos dos maus, o homem chegar a desanimar da virtude, a rir-se da honra e ter vergonha de ser honesto”.

Professor Neilor Marques Júnior

 

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