quarta-feira, 18 de maio de 2011

Vaidade infantil

Crianças que se preocupam demais com a aparência podem estar passando dos limites, prejudicando a formação de sua personalidade e suas relações sociais no futuro

Filhos às vezes veem os pais se arrumando em frente ao espelho, principalmente as meninas com suas mães. Na televisão, todos os dias as crianças assistem a modelos esbeltas e com beleza acima da média, roupas caras e diversos acessórios. Muitas se vestem como adultos em miniatura. Mas até que ponto é saudável a vaidade infantil? Quais os perigos?

Uma menina querer maquiar-se como a mãe não é problema, desde que observados certos limites. Já no caso da tevê, as crianças passam em média 5 horas por dia expostas a propagandas de produtos de vestuário e cosméticos voltados para o público infantil, e adulto também. A referência? Sempre o belo, ainda que artificialmente. Promessas de virar beldade embaladas em frascos e envoltas em tecidos, “formando” e garantindo o futuro consumidor.

Débora Trindade Lanna, psicóloga de Curitiba, Paraná, explica que os pais devem orientar os filhos sobre a aparência ser importante, mas que não é tudo. “Eles devem estabelecer limites e dar como referência pequenos exemplos, tais como: não precisar seguir rigorosamente a moda; buscar aquilo que melhor se enquadre ao seu perfil e não ficar preocupado com um pneuzinho a mais, afinal a criança está em fase de desenvolvimento”.



O desejo exagerado de se sentir admirado ocasiona problemas sérios. Famílias testemunham suas crianças se preocupando com o uso demasiado de cosméticos (inclusive os meninos, já fãs de cremes para a pele e gel para o cabelo), achando que nunca têm roupas o suficiente, se enchendo de penduricalhos e preocupadas demais se os amiguinhos vão reparar nelas (ou comentando sobre a aparência dos outros com senso crítico demasiado).

Mas como a maioria dos pais, que não são psicólogos, pode notar que a vaidade dos filhos passou dos limites? Débora diz que há alguns sinais que servem de alerta:

- Priorizam mais a aparência que qualquer outra coisa;

- Comem menos (ou não comem), alegando que querem ou “precisam” perder peso;

- Gastam quase toda (ou toda) a mesada em cosméticos, roupas e acessórios;

- Preocupam-se exageradamente com sua “popularidade” na escola.

A vaidade infantil, desde que moderada, não é preocupante, conforme diz a psicóloga paranaense. Segundo ela, a criança está passando pelo momento de construção de sua personalidade: “Esse processo define toda a vida do adulto. Qualquer falha que possa ocorrer poderá afetar o psiquismo, gerando conflitos internos e o comprometimento de suas relações com a sociedade no futuro.”

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