“Nós renascemos com o Cícero para essa nova vida depois da cirurgia de cura da epilepsia”, relata o irmão do paciente Jorge de Oliveira (E) (Foto: Luciano Pontes/Secom)
Cícero Idelfonso de Oliveira tinha até 15 ataques epiléticos por dia. Não conseguia fazer sozinho nenhuma tarefa cotidiana, como usar o banheiro, por exemplo. Até os 32 anos de idade, era considerado praticamente um bebê, pois não podia ficar sem o apoio dos pais e irmãos em nenhum momento do dia ou da noite.
“Essa cirurgia custa até R$ 150 mil, e nós conseguimos fazer tudo pelo SUS no Acre sem pagar nada.”
Jorge de Oliveira
“Há seis meses, Cícero renasceu. A nova vida dele e da família é completamente diferente e muito melhor. Já consegue fazer praticamente tudo sozinho e não tem mais as crises epiléticas”, conta o irmão, Jorge. A família é do Ceará e mora no Acre há um ano e meio.
Realizada desde o início deste ano no Acre, a cirurgia de cura da epilepsia já atendeu cinco pacientes. Depois do procedimento médico, os pacientes são acompanhados pela equipe de neurologia do Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco. “Essa cirurgia custa até R$ 150 mil, e nós conseguimos fazer tudo pelo SUS no Acre sem pagar nada”, destaca Oliveira.
Além da cirurgia de cura da epilepsia, os médicos realizam operações para redução dos efeitos da doença de Parkinson – quatro já foram realizadas. Esses são apenas dois tipos de cirurgias que a equipe de neurologia do governo do Estado oferece aos pacientes. Desde 2011, os médicos realizaram 1.072 procedimentos cirúrgicos.
Em Rio Branco, Marcelo Coelho descobriu um tumor no cérebro, passou pela cirurgia de retirada e agora se recupera bem, sem nunca ter precisado buscar atendimento médico em outro estado (Foto: Luciano Pontes/Secom)
Nove neurocirurgiões, além de dois neuropediatras e um ortopedista especialista em coluna, realizam por mês 300 avaliações de neurocirurgia, 320 de neuropediatria, 80 de coluna e 30 avaliações e aplicações de toxina botulínica.
“Hoje, eu faço parte de uma saúde revolucionária do Acre, e fico muito feliz por ver os benefícios para os pacientes do estado.”
Ivan Ortiz, neurocirurgião
Com a implantação do serviço de neurologia, o Estado parou de enviar pacientes a outros centros pelo programa de Tratamento Fora de Domicílio (TFD), o que exigia altos custos com transportes especializados e muita espera por vagas em hospitais de referência do país.
Exemplo dessa nova realidade para pacientes é o fiscal de loja Marcelo Coelho, que descobriu um tumor no cérebro em maio deste ano. “Quatro dias depois da consulta que confirmou o tumor, fui operado. Hoje sou acompanhado pela equipe do Hospital das Clínicas e me recupero bem. O melhor de tudo é enfrentar situações tão complicadas como descobrir um tumor na cabeça e poder tratar e me curar perto da família, sem ter que sair de casa”, relata.
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